Em 1879, a
psicologia adquiriu seu status científico com a inauguração do
Laboratório de Psicologia em Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt. Médico,
fisiologista, que interessava-se por desenvolver estudos sobre os processos
elementares da consciência. “Seu estudo dar oportunidade ao estudo do
comportamento humano sob a ótica das ciências físicas e biológicas,
desconsiderando os estados subjetivos na compreensão do homem e suas relações”
Yazlle (1990).
Em 1869,
antecedendo Wundt, Francis Galton publica sua obra “Hereditary Genius”, baseado
na obra “A origem das Espécies” de Darwin. Seguindo assim, com a realização de
vários trabalhos em Londres os quais tinha como objetivo medir a capacidade
intelectual e provar determinação hereditária das aptidões humanas, para que
fosse possível selecionar os mais capazes, aprimorando a espécie humana.
Em 1905 na
França, por Binet surge a primeira escala métrica de inteligência, a qual
classificava as crianças em normais e anormais, fazendo assim uma separação e
seleção do que seria ensinado a cada grupo. Esse método repercutiu pelas
escolas Européias e da América do Norte.
Em 1906, no Rio
de Janeiro, Manoel Bonfim, fundou o laboratório de Pedagogia Experimental. No
Brasil, a primeira função desempenhada pelos psicólogos junto aos sistemas de
ensinos, foi a de medir habilidades e classificar crianças quanto à capacidade
de aprender e progredir pelos vários graus escolares.
Os médicos foram
os primeiros a produzir conhecimentos psicológicos no Brasil e com isso trouxe
para este país a psicanálise, um estudo de Freud o qual traz a visão da relação
familiar como determinante para o desenvolvimento da personalidade.
Surge então, nas
faculdades do Rio de Janeiro e Bahia, uma introdução do modelo clínico escolar,
cujo objetivo era psicodiagnosticar e
tratar crianças com problemas de aprendizagem.
Na década de 70,
chega ao Brasil às idéias produzidas nos Estados Unidos, com a teoria da
Carência Cultural, relatando a discrepância de aptidões das crianças carentes
para as crianças de classe média. Sendo assim, as crianças carentes teriam que
ter recursos de aprendizagem diferenciados. Nesse momento a psicologia tenta
considerar os aspectos sociais dos problemas de aprendizagem. O psicólogo passa
a ter uma função técnica, como a antiga clínica, por seu caráter
individualizante. Não considerando todo o cenário educativo escolar.
È a partir da
década de 80, que inicia-se um movimento de análise crítica da atuação do
psicólogo escolar, o qual percebe-se que o problema de aprendizagem abrange
aspectos sociais, históricos, econômicos, políticos e sociais. Segundo Souza
(2000) o momento é de discussões e a construção-desconstrução da teoria e
prática em psicologia escolar será constante e dialética.
Surgem discussões referente à temática das
políticas públicas em Educação na Psicologia Escolar/ Educacional, questionando
quanto ao papel desse profissional nesse âmbito, o qual os métodos que vinham
empregando eram centrados na criança a causa dos problemas escolares e a forma
restrita como a Psicologia interpretava os fenômenos educacionais, abordando de
quê e de quem estaria a Psicologia Escolar e a prática psicológica a ela
vinculada.
Na década de
1980 essa discussão se fortalece, em torno de um momento político nacional, no
qual intensificam-se os movimentos sociais pela redemocratização do Estado
brasileiro. Obtendo com esse movimento a descentralização do poder para os
municípios e Estados como autônomos para planejar, implementar e gerir suas
políticas.
Segundo SOUZA
(2010), a escola se materializa em condições histórico-culturais, ou seja, ela
é constituída e se constitui diariamente a partir de uma complexa rede em que
se imbricam condições sociais, interesses individuais e de grupos, atravessada
pelos interesses do Estado, dos gestores, do bairro. Compreendendo-a como
produtora e produto das relações histórico-sociais.
É nesse
âmbito constituído espaço de construção, que se procura entender a escola, sua
cotidianidade, analisando as relações e os processos que nela se estabelecem,
buscando explicitar, juntamente com os participantes da pesquisa, esses
processos por meio do estabelecimento de vínculos de confiança e de
esclarecimento.
Quanto ao lugar
ocupado pelo psicólogo escolar, Ragonesi (1997) nos diz que “o melhor lugar
para o psicólogo é o lugar possível, seja dentro ou fora de uma instituição”. O
mais importante é que ele se insira na educação, assumindo um compromisso
teórico e prático com as questões da escola, que é o seu foco de atenção.
Excelente!
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