terça-feira, 12 de junho de 2012

Políticas Públicas em Educação

Como a Psicologia Escolar pode contribuir com as políticas públicas em Educação?

 O Psicólogo Escolar, como afirma Souza (2010), pode “explicitar os sentidos e os significados das políticas públicas para aqueles que possuem o estatuto institucional de planejá-las, no âmbito do sistema educacional, e de implantá-las na vida diária escolar”. Segundo Souza (2010), as pesquisas efetuadas do âmbito da Psicologia que tem as políticas públicas como objeto de estudo, demonstram como os professores interpretam tais políticas. Isso sem deixar de abordar também questões outras que necessitam serem observadadas pelo sistema de ensino quanto à implantação das políticas; a forma de como os gestores, educadores e familiares estão assimilando, e, quais questionamentos estão lhes inquietando a ponte de facilitar ou dificultar a execusão às atuais propostas educacionais, no que concerne ao cotidiano ensino aprendizagem no contexto escolar. Conforme Souza (2010) apud Zibetti, Souza, (2007) os resultados das pesquisas realizadas em Psicologia Escolar apresentam, entre outros aspectos, “a necessidade de os gestores repensarem o lugar institucional dos saberes docentes no interior da política pública”. Na ótica da pesquisa em Psicologia Escolar, há desqualificação do docente. Assim fazendo-se necessário um lugar institucional para o professor, com a finalidade de que este verdadeiramente se perceba “construtor de um projeto político pedagógico coletivo efetivo, cujas metas sejam claramente postas e delimitadas”. Continua a autora: Se por um lado os aspectos apontados pela pesquisa apresentam as questões abordadas pelos professores, o que pode vir a influenciar o método de planejamento e de implantação das propostas educacionais, por outro lado, do ponto de vista da intervenção do psicólogo no interior da rede pública ou da escola, possibilita que se reconheça o contexto institucional em que tais políticas são geradas, como o professor considera sua participação, o que poderá contribuir para que novas propostas de enfrentamento das dificuldades do cotidiano escolar possam ser construídas e efetivadas. Outro desafio está em articularmos os saberes produzidos pela Educação e pela Psicologia Escolar. É frequente observarmos que a circulação do conhecimento produzido em áreas afins ou de fronteira sejam pouco assimilados ou estejam presentes na constituição do saber sobre a escola e seu funcionamento. A Psicologia Escolar teceu e tece várias críticas a determinados fazeres e conhecimentos que se distanciam de uma visão crítica sobre a ação da Psicologia na Educação. Contudo, podemos afirmar que hoje temos um conjunto de pesquisas, a partir da Psicologia Escolar e Educacional, e de conhecimentos que poderão ser valiosos na melhoria da qualidade da escola brasileira. Esse ainda é um desafio a ser vencido em relação à participação da Psicologia Escolar nas políticas públicas em educação. O psicólogo ainda não faz parte das equipes que constituem, discutem e implantam tais políticas, tampouco o conhecimento produzido pela Psicologia Escolar e Educacional. É possível, tão somente em alguns casos, vislumbrar a presença dos conhecimentos de Psicanálise na Educação “representando” a Psicologia ou a dimensão subjetiva humana, ou da Teoria Piagetiana, quando se trata da perspectiva construtivista em documentos oficiais. Consideramos que são olhares diferentes para o mesmo fenômeno e que poderão se complementar, mas não são idênticos ou sequer partem do mesmo objeto de estudo. Neste ínterim, nota-se que há um discurso onde leva-nos a perceber que o professor está sendo considerado como uma massa homogênia uma vez que não leva em conta as suas vicissitudes.Destarte, através das concepções dos professores descritas nas pesquisas, ilustram nas políticas públicas uma considerável ausência de mecanismos que possam apreciar a convivência, experiência e a história profissional e política de todos que constituem o cotidiano da escola, daqueles que lutam para a construção desta, que elegeram por uma Educação enquanto projeto político emancipatório, considerando as minudências de bairros, municípios e contextos sociais. 

 Referências SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Psicologia Escolar e Políticas Públicas em Educação: desafios contemporâneos. Brasília. v.23, n.83, p.129-149, mar. 2010.

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